quarta-feira, 10 de março de 2010

De volta do Haiti


Estão de volta ao Brasil os pastores Mayrinkellison Wanderley, Ailton Desidério, Paulo Albuquerque, David Pina e Roberto Amorim. O grupo esteve, entre os dias 2 e 12 de fevereiro, no Haiti para levar ajuda dos batistas brasileiros ao povo deste país, que foi atingido por um terremoto no dia 12 de janeiro.

Durante a visita, o pastor Paulo Albuquerque adoeceu e foi atendido na Embaixada do Brasil, que o encaminhou para a Base da Força Aérea Brasileira (FAB) instalada no Haiti, onde recebeu a medicação adequada. Segundo o pastor Mayrinkellison, a ida da equipe à base foi providencial, pois ali ouviram histórias de sofrimento e solidão do povo haitiano. Os soldados da FAB fizeram mais de 100 operações, inclusive com amputações, durante o período em que os pastores ali estiveram.

O grupo visitou os locais por onde passou na viagem anterior e viu o sofrimento do povo, visitou a comunidade de Fort National, na periferia de Porto Príncipe. “Ali a destruição foi completa. Nenhuma casa de pé, ninguém morando, uma verdadeira cidade-fantasma”. Em pé, solitário, o grupo viu um homem que olhava obliquamente para uma casa. Indagado, ele respondeu: “Eu venho aqui todos os dias desde 12 de janeiro, pois ali embaixo estão meus dois filhos, que ainda não pude sepultar”, conta o pastor Mayrinkellison.

Segundo relato de nosso obreiro da terra, pastor Jonathan, o pastor David Pina - representante da JMM - chorou! Não apenas chorou, mas gritou desconsoladamente frente àquele quadro apocalíptico.

O pastor Mayrinkellison conversou com o pastor Jonathan sobre os planos de Missões Mundiais para o Haiti e ouviu dele as necessidades mais urgentes. Assim foi reafirmado o interesse e a intenção da JMM de ajudar o Haiti, não apenas nesse momento, mas com um plano mais duradouro de reconstrução do país através das igrejas batistas ali localizadas.

Os pastores foram abençoados com uma visita que fizeram à Base da Marinha do Brasil no Haiti, onde conversaram com alguns irmãos que fazem parte da Força de Paz. Eles foram bem recebidos por irmãos da Assembleia de Deus, por um sargento batista e por um Promotor de Missões e Embaixador do Rei no Haiti. A presença deles ali gerou o cadastramento da igreja do pastor Jonathan, que será beneficiada com a distribuição de víveres.

Os pastores, representando suas igrejas, doaram à AIBHMI um gerador, um inversor de energia, baterias para carga de energia e um kit de internet/telefone. Com isso, nossos irmãos agora poderão não apenas ter energia elétrica, como também se comunicar conosco com rapidez e qualidade. Além disso, deixaram ofertas em roupas, calçados, remédios, comida, água e outras doações para nossos obreiros.

“Isso foi um sinal do Reino de Deus sobre a vida de nossos irmãos e não há preço que pague! Agradecemos aos colegas que, com despreendimento, puseram em prática o princípio de 2 Coríntios 9. Essa oferta foi além daquilo que a JMM e outras igrejas batistas do Brasil já haviam enviado. Elas foram entregues aos nossos irmãos haitianos logo no nosso primeiro dia, para ajudá-los na compra de itens de primeira necessidade. Além disso, os pastores Ailton Desidério e Paulo Albuquerque deram atendimento pastoral e psicológico, cuidando da saúde emocional e espiritual de nossos obreiros haitianos”, declarou o pastor Mayrinkellison.

Dia de jejum e oração no Haiti

O grupo de pastores batistas brasileiros terminou sua jornada no Haiti visitando um dos líderes evangélicos do país, o pastor Hérode Guillomettre, representante da Missão às Américas. Ele contou de sua dor, dos trabalhos que foram empreendidos, da luta espiritual que tem sido travada há séculos e que agora parece estar se definindo. Segundo o pastor Guillomettre, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário caíram no Haiti. Porém, o poder religioso também caiu.

Segundo o líder evangélico, as estruturas dos poderes foram totalmente abaladas e se inicia a reconstrução de uma nova nação. Não se pode construir algo novo sobre fundamentos velhos. Agora é a hora do Haiti! É a hora de profetizar sobre essa nação, para que seus “ossos secos” possam ganhar nova vida. Sim, é hora de defender um novo Haiti. E acreditamos que a hora realmente chegou. E já começou, pois o presidente do Haiti, num ato inédito na história do país, decretou o dia 12 de fevereiro como dia de jejum e oração nacionais. E as igrejas realizaram uma jornada de oração e jejum entre os dias 12 e 14 de fevereiro e uma cruzada evangelística dos dias 14 a 17, pois não é possível reconstruir o Haiti apenas com ajuda humanitária e financeira, mas com joelhos dobrados e submissão a Deus. A visita teve fim com um culto doméstico, com oração, cânticos e leitura de salmos. Foi realmente a “chave de ouro” para fechar a estada nesse sofrido país.

O pastor Mayrinkellison, coordenador de Missões da JMM e o organizador da viagem, enviou seu último informe sobre a viagem ao Haiti com uma bênção e uma palavra de gratidão a todos os irmãos e irmãs brasileiros que se engajaram e se engajarão nesse processo de reconstrução nacional.
“Mesi! Bondye beni w anpil” (Obrigado! Deus os abençoe muitíssimo!).

AILTON FIGUEIREDO
Redação de Missões Mundiais - www.jmm.org.br

Seja o primeiro a comentar