Vivemos
um período em que é difícil se identificar como evangélico, pois são tantos
escândalos, são tantas “igrejas” que se dizem evangélicas e pregam tudo menos o
evangelho, que nos perguntamos se devemos mesmo manter tal identificação.
Lembro-me
de uma época em que havia certo orgulho denominacional e as pessoas se
identificavam como: batistas, assembleianos, etc., mas hoje, depois da
“avalanche gospel” muitos ou quase todos se dizem evangélicos. Há evangélico de
todo tipo, há os que têm boates, há os que fazem filmes pornôs, há os que puxam
trio-elétrico no carnaval, há os que desviam dinheiro e oram pela “bênção da
propina”, enfim, há todo tipo de pessoas dizendo-se evangélicas.
Mas
parafraseando Martin Luther King Jr., o que me assusta não é o grito dos falsos
evangélicos, o que me assusta é o silêncio dos verdadeiros evangélicos.
Fomos
ensinados que como evangélicos precisamos nos conformar e nos calar, devemos
evitar as brigas e discussões (o que vão pensar de nós se vivermos dizendo que
os outros estão errados), então nos omitimos, dizemos que é assim mesmo, deixa
pra lá, um dia cada um responderá. Entretanto, quero alertá-lo que se cada um
responderá, nós também responderemos pelo nosso silenciamento, pela falta de
coragem de se posicionar contra essa “bagunça gospel” que tenta destruir
padrões bíblicos criados na palavra de Deus e sustentados com muita luta e
esforço por aqueles que nos antecederam.
Em Lucas vemos
Jesus dizer: “Achais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo; mas antes
dissensão; Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três
contra dois, e dois contra três.
O pai estará
dividido contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a
filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra.” (Lc
12: 51-53)
Precisamos
parar com esse medo de defender nossa fé, estamos sendo atacados da maneira
mais cruel, estão destruindo aquilo que nos identifica, se procurarmos nos
dicionários veremos que evangélico é aquele que segue a lei de Cristo, aquele
que obedece aos princípios do evangelho. Diante disso, eu afirmo
categoricamente: Sou evangélico! Acredito
que esses “gospels” não são e nunca foram evangélicos, eles apenas se
apropriaram de um nome que não lhes pertence, mas não vou renegar meu nome por
eles, pelo contrário, farei a mesma afirmação atribuída a Lutero: A paz se
possível, mas a verdade a qualquer custo.
Chega
de ser massacrado por pessoas não convertidas que por suas obras demonstram
claramente uma total falta de conversão. Chega de concordar que aqueles que
pregam que Deus te fará rico, somente para satisfazer sua avareza e
materialismo, estes também não são evangélicos, eles não são! Chega de
concordar que artistas que não tem mudança nenhuma, nem na vida e nem nas
práticas, são evangélicos, simplesmente por serem famosos e pela aceitação
social, eles não são! Chega de aceitar que políticos corruptos são ou sejam
evangélicos, pois suas atitudes demonstram claramente que eles não seguem os
princípios do evangelho.
Não sou perfeito
e não advogo que os evangélicos são pessoas perfeitas e sem pecado, mas afirmo
veementemente, assim como a Palavra nos ensina que “Todo aquele que permanece
nEle não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.
(1Jo 3:6) Ser evangélico é deixar de ser aquilo que éramos e buscar ser aquilo
que Deus quer que sejamos, é nascer de novo, é ter nova vida e novas atitudes,
é buscar viver assim como Jesus viveu, é buscar a santidade. É dizer: "Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e
se entregou a si mesmo por mim." (Gl2:20).