segunda-feira, 30 de junho de 2014

Igreja, que organização é assim?

A igreja é um lugar de pessoas imperfeitas, que resulta do fato de estarmos nela.
Este lugar imperfeito é, no entanto, o único espaço em que todos são bem-vindos. São bem-vindas as crianças. São bem-vindos os adolescentes. São bem-vindos os jovens. São bem-vindas os maiores de idade. São bem-vindos os idosos. São bem-vindos os saudáveis e os doentes. São bem-vindos os pobres, os "remediados" e os ricos; os generosos e os sovinas; os cônjuges fiéis e os cônjuges infiéis. São bem-vindas as mulheres. São bem-vindos os homens. Que organização é assim?

Para entrar numa igreja, não precisa atestado de bons antecedentes e de ninguém se exige curriculum vitae. Não se faz pesquisa sobre a idoneidade do interessado, nem carta de apresentação. O único requisito para participar é o desejo de pertencer. Que organização é assim?

A porta de entrada de uma igreja tem a mesma largura da porta de saída. Alguns vêm e têm satisfeitas as suas necessidades e vão. Se foram curados, foram curados pela comunidade. Como não entenderam, partiram. Outros vêm, não gostam e vão. Quem está espera que voltem. Outros vêm e ficam; não só ficam, como se envolvem e fazem a igreja crescer. O verdadeiro crescimento da igreja está na realização de sua missão que se desdobra em torno do essencial: oferecer a graça de Jesus Cristo a todos, aos de dentro e aos de fora, aos de perto e aos de longe, aos conhecidos e aos desconhecidos. Ela pode, por exemplo, enviar uma oferta para construir uma igreja ou uma escola ou hospital para pessoas distantes cujos rostos nunca verá e cujo nome nunca saberá. Que organização é assim?

Entre os que estão na igreja, uns a valorizam e outros a depreciam. Uns estão sempre presentes, outros irregularmente. Uns são dizimistas e outros nunca ou raramente contribuem; valorizam tanto o dinheiro, que ainda não sabem qual a razão da existência dele. Uns se empenham, participando com dedicação, e outros se parecem com consumidores numa loja de departamentos: pegam o que querem (um sermão, uma aula, um abraço, uma música, um cuidado), com a diferença que nada pagam. E essas pessoas, com atitudes tão dispares, se sentam uma do lado da outra. Não são classificadas ou desclassificadas por isto, porque estas atitudes ficam no foro da intimidade. Que organização é assim?

A igreja tem tudo para não dar certo, mas dá.
E dá porque é uma providência de Deus, que a dirige, assiste, conduz e supre. 
Se a igreja segue para direção errada, Deus a corrige.
Se a igreja desanima, Deus a fortalece.
Se a igreja perde o rumo, Deus a reorienta.
Se a igreja tem necessidades, Deus a supre.
O insucesso da igreja se deve a sua desobediência.
O sucesso da igreja se deve a sua obediência.

Fonte: Prazer da Palavra

terça-feira, 27 de maio de 2014

Lares Honestos

É muito comum pensarmos que os males de uma nação vêm em consequência das decisões e escolhas dos seus dirigentes.
Infelizmente, em grande parte por culpa dos nossos dirigentes, a corrupção é uma constante da vida municipal, estadual e federal. Ela está presente nos governos e nas empresas privadas.
Devemos ser críticos dos políticos e dos empresários que, viciados na ganância, roubam, até mesmo usando brechas na lei.
No entanto, devemos ser críticos da população.
Parte do povo também mente.
Parte do povo também rouba.
Parte do povo também corrompe ou se deixa corromper.
Uma revolução moral precisa alcançar os palácios e escritórios, mas também precisa estar presentes em nossas salas de estar e em nossas cozinhas.
Um país honesto começa com lares honestos.

Fonte: Prazer da Palavra

segunda-feira, 14 de abril de 2014

FICÇÕES DA CRUZ: PAI, PERDOA-LHES!

Jaziel estava entre os que gritavam.
Ele não conhecia a todos e nem todos vinham de Caná, como ele. Veio a pé, para a Páscoa, misturando-se com outros no caminho. Veio parando, que não tinha pressa. Nem contou quantos dias gastou, mas deve ter dado uns 12.
Hospedou na casa da tia Rebeca, que nunca saía. Ela achava a festa muito barulhenta e comemorava o êxodo em casa. Desde que o marido morreu, ela foi morrendo também; por isto, recebeu com alegria o sobrinho em casa.
Jaziel, como todo jovem aos 24 anos, gostava de festa.
Não era tempo de colheita de romãs na pequena fazenda do pai. Podia sair. 
A tia não se importava que saísse, desde que voltasse antes do sábado começar.
Saiu cedo e foi seguindo as pessoas. Parece que todos iam para o mesmo lugar. 
Ninguém podia entrar. Ninguém simples. Ninguém simples podia entrar na Fortaleza Antônia, de onde Pôncio Pilatos governava, quando estava em Jerusalém.
Do lado de fora, entre tantos que queriam saber o que estava acontecendo, Jaziel viu Pilatos no alto da escada. Todos falavam ao mesmo tempo.
Do lado dele, estava um homem, de cabeça baixa, aparentando cansaço. Pilatos gritou para a multidão.
-- Vou lhes soltar Barrabás.
-- Não.
Jaziel não entendeu. Procurou se informar.
O homem ao lado de Pilatos se dizia o Messias, o Messias tão esperado por Israel.
Os sacerdotes tinham certeza que era um impostor.
Jaziel se lembrou que na sua terra também apareceu um homem que andava pregando, mas ele ficava mais em Cafarnaum, na beira do lago Kinereth. Nunca o ouviu, mas ouviu falar dele; não sabia se era a mesma pessoa ali do alto da escadaria.
Se era um impostor, tinha que ser punido. Crucificar era forte, mas tinha que ser punido. O Messias ainda haveria de vir.
-- Crucifica-o.
De tanto ouvir o grito seguro, Jaziel também gritou, seguindo a onda:
-- Crucifica-o.
O impostor entrou na Fortaleza.
Meia hora depois voltou. Condenado.
Soldados o levavam. Jaziel já sabia para onde o levariam. 
Ele teria que carregar a barra horizontal da cruz até o alto do morro do Crânio. Ali todo mundo veria. Ninguém mais ia dizer que era o Messias. A lição era necessária.
Jaziel ficou preocupado com a tia e voltou para a casa dela.
Ela não fez perguntas. Ele voltou para a rua. Saiu pela porta da Ovelha. Queria ver a crucificação.
Tinham acabado de chegar. Jaziel ficou olhando. Em Caná, essas coisas não aconteciam. Sabia que os romanos eram bons em crucificar, mas nunca tinha visto ninguém morrer assim.
Ficou perto da cruz. Uns 10 metros. Eram três cruzes, mas ele não sabia quem eram os outros dois. Deviam ser impostores também. Perto das cruzes, tinham várias pessoas, além dos algozes. Estavam ali umas mulheres, que Jaziel não conhecia. Estavam ali alguns homens, que Jaziel nunca vira.
Terminaram de cravar os pregos. Cada martelada era um gemido. Quando chegou, só faltavam os pés. Deu para ver os soldados cruzando os pés do impostor e cravá-lo firme na barra vertical. Gemidos. 
Os soldados se afastaram como que para admirar o seu trabalho.
O impostor sofria em silêncio.
Então, levantou um pouco a cabeça. Jaziel pôde ouvir. Era uma oração:
-- Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que estão fazendo.
-- O que ele disse?
-- Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que estão fazendo.
Não era um grito. Era um pedido.
O impostor falara suave:
-- Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que estão fazendo.
Jaziel começou a ficar intrigado. 
De novo, silêncio, mas a oração não deixava seu coração. Na verdade, ele estava repetindo a frase, para ver se entendia melhor. O impostor estava sendo crucificado. Ele ora, mas não pede por justiça, não pede fogo do céu. Pede perdão por aqueles que o matavam.
Pede perdão por aqueles que gritaram "crucifica-o".
Pede perdão por mim, que gritei, meio sem saber, "crucifica-o".
Seria ele um impostor?
Pouco depois, o homem morreu. A terra tremeu. Jaziel temeu. 
Chegou mais perto. O centurião romano disfarçava a emoção, enquanto limpava as lágrimas:
-- Este homem era mesmo o filho de Deus.
Jaziel repetiu na hora:
-- Este homem era o filho de Deus.
Tentou se aproximar mais. Não deixaram. Agora, acontecesse o que acontecesse, Jaziel sabia que tinha encontrado o Messias, pena que tão tarde.
Se soubesse disto antes, Jaziel o teria seguido.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Você pode fazer MELHOR!

Muitos anos depois, encontraram-se os dois.
O aluno e o professor nunca mais tinham se visto.
O aluno contou uma história:
-- Estou aqui diante de alguém com quem aprendi uma grande lição. Na véspera de minha formatura, pronto para o jantar e para a festa, ele me procurou e disse que eu não ia me formar porque a minha monografia não estava apresentável. Ele me desafiou dizendo que eu podia fazer mais do que fizera.

Fez uma pausa, olhando para o professor:
-- Você me disse que eu tinha até o dia seguinte para refazer a monografia.
Transtornado e sem saída, o aluno deixou o jantar e foi para a casa. Virou a noite e parte do dia. Refeito o trabalho, levou-o ao professor, que lhe comentou:
-- Eu sabia que você ia conseguir. As pessoas de quem você vai cuidar precisam do melhor que você pode lhes dar.
O aluno, quase às lágrimas de alegria também pelo reencontro, concluiu:
-- Desde então tenho procurado fazer sempre o melhor que eu posso.
Sim, há sempre uma maneira de fazermos melhor o que nós fazemos, para o nosso próprio bem e para o bem dos outros.

Fonte: Prazer da Palavra


A APRISCO tem dado o seu melhor para muitas crianças, pois cremos num mundo melhor: www.aprisco.org 

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CNE APROVA AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DE TEOLOGIA

CNE APROVA AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DE TEOLOGIA


A Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional e Educação aprovou, no dia 12 de Março de 2014, pelo voto unânime dos Conselheiros presentes à sessão, o parecer que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação de Teologia, bacharelado. O texto foi construído paulatinamente, desde 2010, pela relatoria do Conselheiro Gilberto Garcia, e contou com a assessoria da Comissão de Especialistas para subsidiar a formulação das diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Teologia que foi instituída pela Portaria MEC/SESu nº 595 de 24 de maio de 2010. 

O texto do Relator foi aprovado em quase toda sua integralidade, com exceção da novidade da obrigatoriedade do estágio curricular supervisionado. O documento seguirá para fase de revisão técnica no CNE e depois de assinado pelo Relator e Presidente da CES/CNE será publicado no Diário Oficial da União e seguirá imediatamente para a homologação ministerial. Após um (1) ano da publicação da Resolução que estabelece as Diretrizes, ficam revogados os efeitos do Parecer CNE/CES 63/2004, que dispõem sobre a regulamentação e reconhecimento civil de cursos teológicos livres realizados antes do Parecer CNE/CES 241/1999, não sendo mais permitido o aproveitamento de estudos e convalidação de títulos de cursos livres de Teologia, após esta data.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

TRANSFORMAÇÃO, DE UMA VEZ POR TODAS

De vez em quando ouvimos de pessoas o relato de que passaram por uma profunda transformação. Não são mais o que eram. Não fazem mais o que faziam.
Num primeiro momento, nós nos alegramos com a mudança, especialmente se essas pessoas não fazem parte do nosso mundo.
Imaginemos uma pessoa que um dia roubou. Ela diz que foi transformada. Acreditamos, até sermos convidados a lhe dar um emprego.
Situemos uma pessoa que um dia foi maledicente. Ela diz que não é mais. Acreditamos, mas ficamos com um pé atrás quando lhe damos as costas.
No fundo, não cremos que as pessoas mudem. Basicamente, temos dificuldade com a possibilidade da transformação pessoal.
No entanto, temos dificuldade em aceitar o preconceito quando nós somos a pessoa que afirma ter mudado. Ontem traímos e hoje sofremos quando ainda nos veem como infiéis. Ontem desviamos dinheiro e hoje sofremos porque não acreditam em nossa honestidade.
O ladrão está condenado a ser sempre ladrão, mesmo que tenha se arrependido.
O maledicente está condenado a ser sempre maledicente, mesmo que tenha deixado este prazer.
Agindo assim, negamos aos outros a mudança que achamos ser possível em nós.
Vivendo assim, negamos o poder da graça de Deus nas vidas das pessoas.
A graça nos livra de todo tipo de condenação. Para sempre.
 
Fonte: Prazer da Palavra

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Assim como Neemias, mantenha o foco e a fé

"SUCEDEU que, ouvindo Sambalate, Tobias, Gesem, o árabe, e o resto dos nossos inimigos, que eu tinha edificado o muro, e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais, Sambalate e Gesem mandaram dizer-me: Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal. E enviei-lhes mensageiros a dizer: Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco? E do mesmo modo enviaram a mim quatro vezes; e da mesma forma lhes respondi. Então Sambalate ainda pela quinta vez me enviou seu servo com uma carta aberta na sua mão; e na qual estava escrito: Entre os gentios se ouviu, e Gesem diz: Tu e os judeus intentais rebelar-vos, então edificas o muro; e tu te farás rei deles segundo estas palavras; e que puseste profetas, para pregarem de ti em Jerusalém, dizendo: Este é rei em Judá; de modo que o rei o ouvirá, segundo estas palavras; vem, pois, agora, e consultemos juntamente. Porém eu mandei dizer-lhe: De tudo o que dizes coisa nenhuma sucedeu; mas tu, do teu coração, o inventas. Porque todos eles procuravam atemorizar-nos, dizendo: As suas mãos largarão a obra, e não se efetuará. Agora, pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos." Neemias 6:1-9

Nesse texto, vemos a conspiração dos inimigos do povo de Deus, na intenção de impedir a reconstrução dos muros da cidade de Jerusalém.
Neemias veio da Pérsia para reconstruir os muros de Jerusalém. O que para muitos eram somente escombros, para ele era a restauração da “Cidade Santa”.
Sambalate e Gesém preparam até uma emboscada (v. 2), seguida de carta aberta formalizando acusações (v. 5); tudo isso para impedir o avanço dos trabalhos. Porém, nada disso foi suficiente para amedrontar o servo de Deus, que estava convicto, decidido a levar até o fim a sua missão. Nem mesmo falsos profetas (v. 14) puderam atemorizá-lo.
 
Quando verdadeiramente compreendemos nosso chamado e confiamos naquele que nos comissionou, aprendemos que ele fortalece as nossas mãos para estarem aos seus serviços.

Fonte: Thomaz Lupo Neto