quarta-feira, 17 de abril de 2013

NEM SEMPRE COLHEMOS O QUE PLANTAMOS

O homem não tinha mais qualquer esperança.
Estava conformado com a sua condição. Desde cedo, nas brincadeiras com os colegas, aprendera que este era o seu castigo e que precisava suportá-lo. As pessoas os ajudavam, dando-lhe esmolas. Tocava a vida, uma vida triste, que não podia ver as águas do tanque de Siloé, não podia tocar nelas. Não podia brincar nelas.
Ouviu dizer que Jesus apareceu na cidade, mas nem pensou em lhe pedir que o curasse. Se tivesse chance, pediria uma esmola. Será que o galileu era generoso?
O galileu atravessou o pórtico da cidade. O homem estava por ali, mas Jesus não o notou. Os discípulos o viram e sentiram que estavam diante da oportunidade de confirmar ou negar a sua teologia sobre o sofrimento.
Crivaram Jesus de perguntas sobre o homem. Queriam saber como se aplicava, no caso, a lei da semeadura. Ele agora colhia, mas qual foi a semente? Na linearidade da vida, A produz B. Eles estavam diante do B, mas qual foi o A?
Jesus deixou de lado as palavras.
Embora fosse sábado, cuspiu.
Embora fosse sábado, cuspiu no chão.
Embora fosse sábado, cuspiu no chão e fez uma pomada de cuspe e pó.
Embora fosse sábado, tomou a pomada precária que fizera e passou nos olhos do homem.
Embora fosse sábado, mandou o homem se lavar no tanque de Siloé, que ele bem sabia onde ficava.
Embora fosse sábado, o homem caminha até o tanque de Siloé e lava o rosto.
Quando suas mãos descem, da testa para baixo, ele olha para as águas e vê o seu movimento. Não está mais cego.
Aquele homem -- que homem era aquele que não pudera ver? -- o curara.
Seus amigos duvidaram, porque nunca se importaram com a sua condição, mas aquele homem se importara.
Os especialistas convidados para discutir sua cura -- com ele não se importando também -- preferiam lamentar que tivesse começado a enxergar no sábado.
Os discípulos, os amigos e os especialistas não se importaram, mas Jesus se importou.
Ele sempre se importa conosco, não importa se sejamos gordos, mancos, cegos ou surdos. Ele olha para as nossas necessidades, nunca para os rótulos-estigmas-estereótipos-juízos que nos põem na tentativa de nos tirar de circulação.
Jesus nos pede que nos lavemos no tanque de Siloé.



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