quinta-feira, 18 de agosto de 2011

FELICIDADE NÃO TEM A VER COM GEOGRAFIA


Quem vive nos centros urbanos grandes e percorre uma cidadezinha do interior pode se perguntar:
-- Como deve ser viver num lugar destes, onde não se tem nada para fazer?
Há praças, mas elas não formigam de gente, gente que agita as praças das cidades grandes.
Há calçadas onde cachorros se espreguiçam de barriga para o sol.
Há esquinas onde um casal ousa trocar afagos entre bocejos.
Quando a rua termina, o visitante urbano talvez vaticine:
-- Eu não viveria aqui.
Talvez até, como o fariseu da parábola da história de Jesus, dê graças a Deus por não ter nascido ou transferido para a terra do tédio.
Quem pensa assim está munido de um imenso ego urbano, que se considera superior aos que moram no campo ou nas pequenas cidades.
Quem pensa assim está viciado na crença que viver é sempre estar fazendo um monte de  coisas ao mesmo tempo.
Quem pensa assim ainda não descobriu que o que importa é o interior, o interior de cada um de nós. Se estamos bem, não importa se estamos na praça deserta ou no viaduto que transborda de gente. 
Quem pensa assim, em lugar de voar sobre os quebra-molas da cidade "onde não há nada para fazer", deveria se assentar e ouvir as histórias dos velhos e os anseios dos jovens, só para descobrir que somos todos iguais, porque o que importa mesmo é o que cada um é, não onde está e nem o que possui. 

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