sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A engenharia da alma


Pode ser de chegar o momento em que temos que reconstruir nossas almas.
A alma é aquele lugar de nosso ser onde se encontram razão, emoção e fé.
A alma é o corpo habitado por Deus, o coração habitado por nós mesmos.
A alma é aquele porto onde chegadas e partidas são administradas, de modo que as saídas não doam muito.
A alma é aquela caixa registradora em que os ganhos são sempre maiores que as perdas, movida completamente pela esperança.
Então, a alma perde o equilíbrio quando morre um amigo de uma doença rápida, embora acreditássemos que ele sobreviveria.
Ou quando acontece uma demissão inexplicada, conquanto achássemos que dávamos o sangue para a empresa, cuja história acreditávamos ter ajudado a escrever.
Ou quando um filho esperado -- esperado, esperado -- morre na primeira enfermidade que enfrenta.
Ou quando uma luta intensa pela saúde de uma pessoa querida nos drena toda a energia e toda a teologia, a despeito da alegria pela recuperação.
Ou quando o afeto se transforma em ódio e, depois, em separação, em briga por guarda de filhos e em disputa pelo patrimônio.
Nestes momentos, nossa alma se contrai e se proíbe de produzir valor para a vida.
Então, precisamos reconstruir nossas almas.
É quando estamos mais sós.
Mas esta não é obra de solidão. 

Fonte: Prazer da Palavra

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