segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A sensibilidade de um Olhar


Os alunos de pedagogia de uma Universidade carioca me pedem para lhes falar sobre olhar do professor. Tema além de mim, saio pela tangente da memória.
Como me lembrei, citei minha professora de matemática no (então) primeiro grau no Instituto Batista Americano, no Rio de Janeiro.
Toda segunda-feira, dona Esther [Silva Dias] me levava o suplemento literário do Jornal do Brasil, que saía no domingo. Eu não entendia tudo, mas devorava. Muitos anos depois me tornei colaborador do mesmo suplemento, agora com outro nome.
Dona Esther me olhava como um professor deve olhar um aluno. Ali estava um péssimo aluno de matemática, a sua matéria, mas ela via nele um grande potencial para a língua portuguesa. E tratou de apostar nele.
Na mesma palestra, citei o exemplo negativo de Eli. O sacerdote viu Ana, a futura mãe do profeta Samuel, orando desesperadamente e pensou que ela estivesse embriagada.
Esqueça Eli, o insensível.
Quem foi sua Esther Silva Dias, a professora sensível?

Fonte: Prazer da Palavra

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